Sétima Semana Florestal do Acre
* Ecio Rodrigues
No
período entre 24 a 28 de junho de 2013, os agentes econômicos e atores
sociais vinculados ao setor florestal no Acre estarão reunidos na Sétima
Semana Florestal, um evento que se consolidou como parte do calendário
de acontecimentos que movimenta, todos os anos, o debate acerca da mais
expressiva vantagem competitiva da Amazônia – a floresta.
Sob
responsabilidade dos acadêmicos de Engenharia Florestal da Universidade
Federal do Acre, a Semana Florestal é fruto de um leque permanente de
parcerias institucionais, que inclui a Fundação de Tecnologia – Funtac,
a Embrapa-Acre, a associação das empresas que praticam o manejo
florestal – Asimanejo, e o Centro dos Trabalhadores da Amazônia – CTA.
Em sua sétima edição, o evento também recebe o apoio do Instituto Chico
Mendes para conservação da biodiversidade – ICMBio, órgão federal
responsável pela gestão das unidades de conservação no país.
Desde
2007, quando foi realizada sua primeira edição, as discussões travadas
na Semana Florestal envolvem uma temática selecionada pelos
organizadores, relacionada a algum assunto considerado de interesse para
o setor florestal no Acre.
Dessa forma, os participantes do
evento já se debruçaram sobre os seguintes temas: Biodiversidade, a
Floresta que Existe Além das Árvores (primeira edição); Alternativas
Produtivas e Desenvolvimento de Tecnologia (segunda edição, em 2008);
Manejo Florestal de Uso Múltiplo (terceira edição, em 2009); Reservas
Extrativistas (quarta edição, em 2010); Manejo Florestal Empresarial
(quinta edição, em 2011); Biomassa Florestal e Energia Elétrica
Renovável (sexta edição, em 2012).
Para a Sétima Semana
Florestal, o tópico escolhido diz respeito às unidades de conservação
instituídas no Estado do Acre. Diga-se que, antes mesmo de iniciadas as
primeiras reivindicações para a realização de zoneamento ecológico e
econômico no Acre, uma parcela considerável do território estadual já
estava destinada às unidades de conservação – incluindo-se as áreas que
possuem gestão federal pelo ICMBio e as que são geridas em âmbito
estadual pela Secretaria de Meio Ambiente.
Assim, sob o tema
“Unidades de Conservação, Passaporte para o Futuro”, pretende-se
discutir o que significa, concretamente, para o Estado do Acre, o fato
de mais de 40% da área de seu território ser vinculada a esse tipo de
ocupação econômica e ecológica.
Ainda que a importância das
unidades de conservação seja expressiva, tanto em temos ecológicos e
econômicos quanto em termos sociais, elas se deparam com dificuldades
que parecem insuperáveis para cumprir os desígnios para os quais foram
criadas, e, dessa forma, dar o devido retorno aos investimentos feitos
pela sociedade na sua criação, regularização fundiária e estruturação.
No
caso da Amazônia – e no do Acre, em particular –, uma série de
obstáculos inibem o efetivo funcionamento das unidades de conservação.
Problemas surgidos em face, por exemplo, da completa ausência de
planejamento no processo de criação, o que fez com que a instalação e
distribuição dessas áreas acontecesse de forma totalmente aleatória.
O
princípio elementar que permeia a criação de unidades de conservação é a
segregação de terras e paisagens, de modo que o que acontece do lado
fora não aconteça dentro delas. Criação de boi e plantio de soja, por
exemplo.
Todavia, e a despeito da extensa porção territorial que
ocupam, não há reconhecimento político quanto à importância estratégica
das unidades de conservação para o futuro do Acre.
Enquanto não
se entender que essas áreas são o laboratório para a construção de uma
nova sociedade baseada no ecossistema florestal, nada irá adiante.
*
Professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Engenheiro Florestal,
Especialista em Manejo Florestal e Mestre em Economia e Política
Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB).
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